O sangue do cordão umbilical parcialmente compatível é uma alternativa viável à medula óssea

27/04/2009
(adaptado de Medpage Today, 13 de Fevereiro de 2009)

Um estudo efectuado num centro hospitalar revelou que crianças que precisem de um transplante de medula óssea podem ter como alternativa uma unidade de sangue do cordão umbilical parcialmente compatível.

Na situação de crianças com disfunções genéticas e oncológicas, transplantes que utilizem sangue do cordão umbilical parcialmente compatível (correspondência 4/6 do HLA) resultam em incidências reduzidas de falha do transplante e de doença do transplante contra o hospedeiro, anunciou o Dr. Vinod Prasad, do Centro Médico da Universidade de Duke, EUA, no encontro da Sociedade Americana de Transplantes de Sangue e de Medula Óssea.

As taxas de sobrevivência até após 10 anos foram muito boas para estes pacientes. “No caso de pacientes para os quais não existe um dador de medula óssea compatível, o sangue do cordão umbilical parcialmente compatível é claramente uma opção muito boa”, acrescentou. Nem sempre é possível encontrar um dador de medula óssea compatível para todos os pacientes que necessitam de um transplante, disse o Dr. Prasad, e é particularmente difícil para pacientes de grupos étnicos e raciais minoritários.

A utilização de sangue do cordão umbilical para transplantes exibe algumas vantagens em relação à medula óssea, acrescentou – está disponível em vários bancos em todo o país, tem mais células progenitoras, causa menos complicações, e a compatibilidade do dador não é tão importante. Para testar as possibilidades de compatibilidade, o Dr. Prasad e colegas avaliaram a eficácia de usar unidades de sangue do cordão umbilical com compatibilidade 4/6 em 314 crianças (63% do sexo masculino, 73% brancos) sujeitas a terapia mieloablativa no centro médico de Duke entre Agosto de 1993 e Novembro de 2007. A maioria dos pacientes (61%) tinha problemas oncológicos – incluindo leucemia, linfoma e síndromes mielodisplásicos – e os restantes sofriam de síndromes metabólicos ou de imunodeficiência, falha da medula óssea ou hemoglobinopatias.

A taxa de sobrevivência dos transplantados foi comparável à dos que receberam transplantes de medula óssea parcialmente compatíveis e substancialmente melhor do que se as crianças não tivessem recebido nenhum transplante, acrescentou. “Sem estes transplantes, todas teriam falecido, e para os pacientes que não encontraram um dador fora da família, não havia opção para transplante e portanto também não teriam sobrevivido”, disse. A utilização de sangue do cordão umbilical parcialmente compatível não só aumenta a disponibilidade de transplantes para todas as crianças “de tal modo que quase todos os pacientes que necessitam de um transplante o podem obter, mas em especial para pacientes de minorias raciais ou étnicas”, disse o Dr. Prasad. A decisão de fazer um transplante de medula óssea ou de sangue do cordão umbilical depende do estado do paciente, disse, pois demora cerca de dois a três meses para uma doação de medula óssea fora da família estar disponível e apenas cerca de duas semanas para uma doação de sangue do cordão umbilical.

Se o paciente precisasse de um transplante rapidamente ou se o dador de medula óssea mais adequado não fosse completamente compatível, ele escolheria fazer um transplante com sangue do cordão umbilical.Embora a utilização de sangue do cordão umbilical parcialmente compatível não seja uma prática muito difundida, o Dr. Prasad espera que os resultados deste estudo permita aos especialistas de transplantes e outros médicos saber que esta é uma opção de tratamento viável.

Fonte: Bioteca – Fevereiro 2009

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